O time que não vai a lugar nenhum

Lelezinho

"A S.E. Palmeiras, por sua vez, até que começou bem o campeonato. Está em terceiro lugar e quase encosta no S.C. Corinthians P., se não fosse o gol do Leandro Damião já nos acréscimos da partida no Beira Rio. O Palmeiras - EU APOSTO - não vai chegar a lugar algum. Se chegar, vai dar vexame de novo. A torcida palmeirense já percebeu, e chegou junto dos jogadores (uma babaquice)." Julio Canuto

Boas galera! Saudações palestrinas!!

De acordo com Mãe Dinah, Rogério de Ogum, meu amigo Julio Canuto entre outros, vou escrever sobre o time que não vai a lugar algum. É, porque tem gente que sabe o que vai acontecer no futuro, e com esse tipo de dom eu não brinco, apenas respeito e invejo pela sobrenaturalidade da coisa, se é que posso chamar assim...
Não pude ver o jogo pois estava no aniversário de um grande amigo, Daniel de Luca, junto a amigos, cervejas e outras cositas mais, no entanto ouvi atentamente pela rádio Jovem Pan e depois vi o VT na SportTV, além de já ter entrado em todos os sites palestrinos. O time que não vai a lugar algum ganhou de 5x0 ontem, está invicto, tem 11 pontos ganhos, tem 100% de aproveitamento em casa, empatou fora contra dois times fracos, Internacional e Cruzeiro e encontra-se na segunda colocação do campeonato Brasileiro.
Mas já que esse time não vai a lugar algum, e diante da excelente análise já feita pelo meu amigo Betão, destacarei outra questão:

São Marcos - Quem viu, viu.

Somente a história, o distanciamento dos fatos revelam o real valor das coisas. E tenho certeza, São Marcos, o Santo, deixará muitas memórias para o futebol brasileiro, pela sua competência embaixo das traves e pela sua personalizade, honradez, humildade. Ao contrário de alguns goleiros agachadores que precisam bater faltas ou pênaltis para disfarçar sua fraqueza embaixo da goleira (como gostam os gaúchos) o santo não precisa desse tipo de expediente para ter colocado o goleiro agachador no banco na magnífica Copa de 2002, quando conquistamos o Penta.
Ontem, mais uma vez, o que se viu foi um show de inteligência, de frieza e sabedoria. A despeito da aclamação geral da torcida, dos chamados de Kléber, de todo aquele teatro grego, o qual a plateia participava ativamente, São Marcos não bateu o pênalti.
Apesar do time que não vai a lugar nenhum ter feito por merecer o placar, e chegado a essa inusitada situação de poder sugerir o santo para cobrança do que seria o quinto gol, vendo o jogo liquidado, a humildade falou mais alto. Pois claro, Santo não precisa desse tipo de situação para se promover, já bastam os milagres feitos ao longo da carreira.
Só que tudo tem seu tempo, e o tempo do Santo está acabando. Provavelmente estamos assistindo aos últimos jogos desta personagem, e por isso, sabendo que santo vive é de milagres, de magnetismo, de magia, o time que não vai a lugar nenhum pode estar, ainda que inconscientemente, sendo regido por um desses milagres.
A despedida de um homem assim pode engendrar situações incríveis e surreais, fazendo até mesmo Luans da vida empolgarem. Gerando uma insólita situação do time que não vai a lugar algum aplicar uma goleada para lavar a alma. É engraçado que no futebol brasileiro sempre nos remetemos aos atacantes, ou aos camisas 10, mas nunca lembramos muito dos goleiros. Somente para criticá-los, como a fatídiga final da Copa de 1950, em pleno Maracanã. Mas usarei aqui uma bela cancioneta do ótimo Jorge Ben, um plágio, uma licensa poética, pois o santo merece.

E novamente ele chegou com inspiração
Com muito amor, e emoção, salvou o gol
Sacudindo a torcida aos 26 minutos do segundo tempo
Depois de fazer uma defesa celestial
Pulou, jogou pra escanteio
Deu um passo tirou do zagueiro
Só não bateu o pênalti porque teve humildade
Foi um ato de classe
Onde ele mostrou sua malícia e sua raça
Foi um gol de anjo, um verdadeiro gol de placa
E a galera agradecida se encantava
Foi um gol de anjo, um verdadeiro gol de placa
E a galera agradecida assim cantava:
Santo da magia, nós gostamos de você
Santo de Oriente, defende aí pra gente ver