Ordinários F.C.

por Júlio Canuto

Saudações Tricolores! Mil Saudações!

Hoje escrevo neste espaço apenas para parabenizar o M1TO São-Paulino Rogério Ceni. No dia 7 de setembro ele completou 1.000 jogos com o manto do São Paulo Futebol Clube, o Tricolor Tricampeão Mundial.

A primeira vez que num estádio vi Rogério Ceni atuando pelo São Paulo F.C. foi no Parque Antártica, em um jogo contra a S.E. Palmeiras pela Copa São Paulo de Futebol Junior de 1993. E naquele mesmo dia fiquei impressionado com sua atuação e tive a certeza de que seria um substituto à altura para Zetti, bicampeão mundial pelo Tricolor (1992 e 93). Zetti, que veio da S.E. Palmeiras, reconhecida “fábrica” de goleiros, e que meu tio Miguel (palmeirense) via com entusiasmo, brilhou no Tricolor e foi uma espécie de professor do maior jogador da história do São Paulo F.C.

Rogério Ceni é mais que um goleiro: é artilheiro e são-paulino. Pertence a uma espécie rara no futebol, daqueles que vestem a camisa do time como sua segunda pele e que a honram.

Contando todos os campeonato e torneios, Rogério Ceni tem 26 títulos em sua carreira, dos quais 23 foram pelo São Paulo F.C., incluindo três campeonatos brasileiros, duas Libertadores e dois Mundiais de clubes. Além destes, 2 pela seleção brasileira: a Copa das Confederações de 1997 e a Copa do Mundo de 2002; e pelo Sinop F.C., o Campeonato Matogrossense de 1990.

Antes porém, “entre os 13 e 17 anos, ele trabalhou como auxiliar de serviços gerais do Banco do Brasil. Durante o mesmo período, ele jogava como volante (camisa 5) no time de futebol do banco. Até que um dia, o goleiro do time, que coincidentemente era o chefe de Rogério, não foi jogar. Por ser o mais novo do time, o futuro capitão são-paulino foi para o gol.

Em 1989, fez alguns testes no Sinop Futebol Clube, porém não foi chamado para fazer parte do elenco que disputou pela primeira vez o Campeonato Mato-Grossense. Apenas no ano seguinte, já com dezessete anos, é que surgiu o convite para ser o terceiro goleiro da equipe, reserva de um dos goleiros da equipe. Como ainda trabalhava no Banco do Brasil, Rogério conciliava os treinamentos com o emprego e os estudos.

Durante o primeiro turno do campeonato, o goleiro titular Marília e seu reserva Valdir Braga se machucaram e o técnico Nilo Neves confiou a Rogério a missão de disputar o restante da competição estadual. Seu primeiro jogo como titular foi no estádio Luis Geraldo da Silva, mais conhecido na região como Geraldão, contra o Cáceres. Rogério defendeu um pênalti no primeiro tempo e o jogo terminou empatado em 1 a 1. O jovem goleiro foi um dos destaques da competição e ajudou o Sinop a conquistar o título estadual daquele ano. Foi a primeira vez na história do futebol mato-grossense que uma equipe do interior do estado sagrou-se campeã da primeira divisão.Após a conquista do título estadual, o Sinop encerrou suas atividades durante a temporada, pois não disputaria outra competição no segundo semestre. Rogério então voltou a trabalhar no Banco do Brasil e a jogar no time da empresa.Com uma indicação de um diretor do Sinop Futebol Clube, por intermédio do conselheiro José Acras, Rogério

desembarcou na capital paulista para fazer um teste no São Paulo Futebol Clube" (trecho do site oficial do Rogério Ceni).

E foi exatamente no dia 7 de setembro de 1990, aos 17 anos de idade, que Rogério Ceni chegou no Centro de Treinamento da Barra Funda. Há exatos 21 anos.

Seu primeiro título com o manto foi o Campeonato Paulista Juvenil também de 1990, e em 1993 a ascensão definitiva: Campeão Paulista de Aspirantes e da Copa São Paulo de Futebol Junior como titular; Campeão da Copa Libertadores da América, da Recopa Sul-Americana, da Supercopa da Libertadores da América e do Mundial Interclubes como reserva de Zetti; além dos títulos nos torneios Cidade de Los Angeles, Troféu Jalisco e Troféu Cidade de Santiago de Compostela. E foi neste ultimo torneio que Rogério Ceni fez sua estréia pela equipe principal do São Paulo F.C., em 25 de junho de 1993, na Espanha, na partida contra o Tenerife, que ganhamos por 4 a 1. Rogério estreou com a melhor equipe do São Paulo F.C. em todos os tempos, e comandado pelo Mestre Telê Santana.

A partir daí, foram incontáveis jogos memoráveis do goleiro artilheiro. Vou destacar apenas quatro, mas tenho em mente muito mais.

São Paulo F.C. 1 x 0 Liverpool F.C. – 10/12/2005

Campeão Mundial de 2005, sendo eleito o melhor jogador da partida, com belíssimas defesas, dentre as quais a milagrosa em cobrança de falta de Gerrard.

Cruzeiro E.C. 2 x 2 São Paulo F.C. – 20/08/2006

Rogério Ceni defendeu um pênalti quando perdíamos por 2 a 0 e fez os dois gols que nos deu o empate. Nesta partida, Rogério tornou-se o goleiro com o maior número de gols marcados em todo o mundo.