segunda-feira, 18 de junho de 2012

Jogar x Entender o jogo


TonFigueiredo (by Bruno Lacerda)

E a cariocada está invadindo a praia do #OrdinariosFC, depois do Mengão, chegou a vez do eterno vice (hehehehe) VASCO DA GAMA...Hoje é dia de clássico dos milhões no Ordinários Bruno Monstro x Bruno Lacerda e a bola agora está com a galera da Cruz de Malta, na narração do meu camarada Bruno lacerda aqui do BE...

No futebol, existem dois tipos de talento.

O primeiro é aquele que a gente mais enaltece no Brasil: a habilidade com a bola no pé, a técnica, o potencial pra driblar cinco, chapelar o goleiro e completar de bicicleta. É o talento Denílson.

O segundo tipo é tão importante quanto o primeiro – no entanto, é muito mais raro: a capacidade de entender o jogo. É o talento Zidane, o tipo de camarada que botava a bola no chão, olhava pra frente e dizia pra si mesmo:

– É isso. É isso que a gente precisa fazer.

A partida de ontem, entre Vasco e Palmeiras, mostrou bem esses dois lados.

Repare no Juninho Pernambucano.

Ele não é o cara que encanta com jogadas individuais. Provavelmente, deu menos dribles durante toda a carreira do que o Neymar já fez em três anos como profissional.

Mas é aquele sujeito que dá um norte pro time, que entende a partida como um todo, que faz quase um papel de treinador dentro de campo.

É fácil notar que o Juninho não sabe apenas o que ELE MESMO precisa fazer. Muito mais que isso, sabe o que a equipe toda tem que fazer. Com ele em campo, melhora o desempenho inclusive dos outros jogadores.

Pode-se dizer o mesmo sobre o Dedé na parte defensiva, embora ontem estivesse claramente fora de ritmo.

Por outro lado, o time tem dois grandes contrapontos a essa teoria: Diego Souza e Éder Luís.

Ambos têm um certo nível de talento (do primeiro tipo). Ambos compreendem O PRÓPRIO jogo: Diego Souza sabe que pode resolver na técnica; Éder Luís sabe que tem condições de ajudar na base da velocidade.

No entanto, os dois têm uma dificuldade enorme em entender o panorama geral do que está acontecendo em campo. Raramente conseguem perceber quando é a hora de segurar a bola, quando é o momento de ser rápido no passe, quando o melhor é finalizar e quando é necessário aparecer e assumir a responsabilidade.

Ontem isso ficou evidente.

Não que o resto do time estivesse em seus dias mais inspirados. Mas o Diego Souza foi completamente nulo. Por pouco, iria parar no Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas.

Éder Luís esteve mais presente, porém errou tudo o que tentou. Fez as escolhas erradas nos momentos errados. Chutou quando tinha que tocar e vice-versa. Tudo coroado com um lance devidamente bizarro no finalzinho da partida, quando entrou na área de frente pro goleiro e, em vez de chutar, inventou um corte pra trás e entregou a bola de graça pra defesa adversária.

Cada um a seu modo, nossos camisas 10 e 7 não conseguiram assimilar qual era a melhor forma de participar do jogo.

O empate fora de casa acabou sendo um bom resultado.

Mas poderia ser melhor, se fôssemos mais Zidane e menos Denílson.




Um comentário:

Júlio disse...

Bela análise, Bruno Lacerda!

Seja bem vindo.