TonFigueiredo (by Bruno Lacerda)
E a cariocada está invadindo a praia do #OrdinariosFC, depois do Mengão, chegou a vez do eterno vice (hehehehe) VASCO DA GAMA...Hoje é dia de clássico dos milhões no Ordinários Bruno Monstro x Bruno Lacerda e a bola agora está com a galera da Cruz de Malta, na narração do meu camarada Bruno lacerda aqui do BE...
No futebol, existem dois tipos de
talento.
O primeiro é aquele que a gente
mais enaltece no Brasil: a habilidade com a bola no pé, a técnica, o potencial
pra driblar cinco, chapelar o goleiro e completar de bicicleta. É o talento Denílson.
O segundo tipo é tão importante
quanto o primeiro – no entanto, é muito mais raro: a capacidade de entender o
jogo. É o talento Zidane, o tipo de camarada que botava a bola no chão, olhava
pra frente e dizia pra si mesmo:
– É isso. É isso que a gente
precisa fazer.
A partida de ontem, entre Vasco e
Palmeiras, mostrou bem esses dois lados.
Repare no Juninho Pernambucano.
Ele não é o cara que encanta com
jogadas individuais. Provavelmente, deu menos dribles durante toda a carreira
do que o Neymar já fez em três anos como profissional.
Mas é aquele sujeito que dá um
norte pro time, que entende a partida como um todo, que faz quase um papel de
treinador dentro de campo.
É fácil notar que o Juninho não
sabe apenas o que ELE MESMO precisa fazer. Muito mais que isso, sabe o que a
equipe toda tem que fazer. Com ele em campo, melhora o desempenho inclusive dos
outros jogadores.
Pode-se dizer o mesmo sobre o
Dedé na parte defensiva, embora ontem estivesse claramente fora de ritmo.
Por outro lado, o time tem dois
grandes contrapontos a essa teoria: Diego Souza e Éder Luís.
Ambos têm um certo nível de
talento (do primeiro tipo). Ambos compreendem O PRÓPRIO jogo: Diego Souza sabe
que pode resolver na técnica; Éder Luís sabe que tem condições de ajudar na
base da velocidade.
No entanto, os dois têm uma dificuldade
enorme em entender o panorama geral do que está acontecendo em campo. Raramente
conseguem perceber quando é a hora de segurar a bola, quando é o momento de ser
rápido no passe, quando o melhor é finalizar e quando é necessário aparecer e
assumir a responsabilidade.
Ontem isso ficou evidente.
Não que o resto do time estivesse
em seus dias mais inspirados. Mas o Diego Souza foi completamente nulo. Por
pouco, iria parar no Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas.
Éder Luís esteve mais presente,
porém errou tudo o que tentou. Fez as escolhas erradas nos momentos errados.
Chutou quando tinha que tocar e vice-versa. Tudo coroado com um lance devidamente
bizarro no finalzinho da partida, quando entrou na área de frente pro goleiro
e, em vez de chutar, inventou um corte pra trás e entregou a bola de graça pra
defesa adversária.
Cada um a seu modo, nossos
camisas 10 e 7 não conseguiram assimilar qual era a melhor forma de participar
do jogo.
O empate fora de casa acabou
sendo um bom resultado.
Mas poderia ser melhor, se
fôssemos mais Zidane e menos Denílson.
Um comentário:
Bela análise, Bruno Lacerda!
Seja bem vindo.
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