Acompanhar um jogo pelo rádio é até hoje uma experiência incrível. Mesmo que a televisão propicie ao telespectador acompanhar visualmente o que ocorre instantaneamente no certame, no rádio a emoção é maior.
Muitas vezes a jogada está morna, ainda no meio de campo, sem perigo de gol, mas o narrador narra desesperadamente o lance, fazendo que o ouvinte acredite piamente que o seu time está atacando ou sofre um ataque com perigo.
Conversando com minha mãe, ela disse que em 1958 ficou impressionada com a seleção que ganhou a Copa da Suécia, sendo que o proporcionou isso foram as locuções de radiodifusão diretamente do país europeu e que chegava ao interior da Bahia. E deveria mesmo ser impressionante se imaginarmos que o time canarinho era formado por jogadores como Didi, Gilmar dos Santos Neves, Mauro, Nílton Santos, além do gênio Garrincha e o extraterrestre Pelé. Além disso, o rádio era uma espécie de aglutinador social local. Por ser naquela época um bem de consumo caro e que nem todos podiam ter, sendo que o dono do rádio convidava a galera para acompanhar a partida.
Durante minha infância/adolescência acompanhava diversos jogos pelo radinho de pilha. Comemorei e me decepcionei muitas vezes com jogos que escutava no rádio. Até hoje escuto bastante o chamado pré e pós-jogo que são transmitidos nas rádios aqui de Sampa (sem contar a partida em si), e isso desde daquela época.
Muitos narradores, comentaristas e repórteres têm seus nomes associados diretamente, para o bem ou para o mal, com locuções ocorridas em diversas emissoras. Aqui em São Paulo quando se fala em Osmar Santos, é instantâneo associá-lo com as transmissões da Rádio Globo, do mesmo modo o Grande Fiori Gigliotti à Rádio Bandeirantes, e para não cometer injustiças não podemos esquecer José Silvério e suas narrações na Rádio Jovem Pan.
Esses cabras criavam, ou ainda cria (José Silvério), frases que passaram a figurar de forma intensa no universo da bola, onde segue algumas delas;
“Ripa na chulipa, pimba na gorduchinha” (Osmar Santos);
“E que golaaaçooooo” (José Silvério);
“Senhoras e senhores, abrem-se as cortinas” (Fiori Gigliotti).
Atualmente, quando acompanho algum jogo através do rádio, gosto de ouvir com a narração de Oscar Ulisses (Irmão de Osmar Santos) da Globo Am, o cara é muito bom. Ele tem um jargão quando um bom jogador ou craque faz um gol que é assim:
“Sabe quem fez? Sabe quem fez?
Quando essa frase é narrada atualmente para os times de São Paulo os ouvintes não têm dúvidas que os autores dos gols foram; Neymar e P.H.Ganso (Santos), Kléber (Palmeiras), Rogério Ceni (São Paulo) e, Liédson (Corinthians).
Atualmente, os usuários do youtube, que gostam de futebol, podem fazer o resgate de algumas narrações que marcaram de alguma forma suas vidas como torcedores, com um detalhe bacana; a junção sincronizada entre o áudio com a voz enlouquecida do narrador e o vídeo com a imagem da tv.
Dessa forma, segue abaixo alguns vídeos que têm como atrativo principal as locuções de grandes profissionais do rádio.
OBS: Tem narração para todos Santos, Palmeiras, São Paulo e Corinthians.
OSMAR SANTOS (PAULISTA - 1984)
OSMAR SANTOS (MUNDIAL - 1992)
OSMAR SANTOS (BRASILEIRO - 1976)
OSCAR ULISSES (LIBERTADORES - 2011)
OSCAR ULISSES (RIO SP - 2002)
JOSÉ SILVÉRIO (PAULISTÃO - 2010)
JOSÉ SILVÉRIO (lIBERTADORES - 2000)
Abraços;
3 comentários:
FANTÁSTICO, Jão!
E tem mais: mesmo no estádio é (ou era) comum levar o radinho, pra acompanhar o jogo com informações adicionais. Mesmo assitindo a TV eu sempre fazia isso. A narração do rádio é muito melhor.
Os pré e pós jogos também. Sempre muito bons.
Acrescento os programas de humor sobre futebol. Meu tio falava de um antigo, em que tinha um personagem para cada equipe. Hoje também há outros. Gosto muito do "Na geral".
Meu preferido é o José Silvério!
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